quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Viagem!


O ônibus andava numa velocidade considerável, mas eu torcia por dentro, pra que ele fosse a 10km/h. Ele pareceu adivinhar meus desejos e meus pontos fracos, passou o braço pelos meus ombros e me recostou em seu peito. As luzes da cidade iam refletindo em nossos olhares, perdidos no tempo, e de novo, um velho personagem da nossa história: silêncio. Ele acariciava minha pele em movimentos serenos, como de costume, e eu conseguia ouvir a respiração dele, que tomava conta de mim também. A outra mão, entrelaçada na minha, revelava um encaixe perfeito entre ambas, e os acessórios prateados brilhavam mais forte agora. Ou talvez fosse impressão, garanto que não só minha. O caminho ia passando mais e mais, e nada do tempo parar. Acho que estávamos esperando isso. Que coisa mais sem sentido. (Risos) Nós dois não temos nenhum sentido. Um beijinho na testa e de novo aquela sensação de proteção, que agora já não me deixa tão confusa, mas sim decidida. Não importa por quanto tempo, meses, semanas, dias, horas... a sensação que você me traz é forte demais pra ser perdida ou questionada. Ele continou me abraçando, já estamos longe fisicamente, mas pra mim, o caminho daquele ônibus não vai ter fim... nunca.

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